VAR faz sua primeira vítima na estreia agitada da NWSL, com Angel City perdendo para o Gotham FC

Jun 03, 2023

LOS ANGELES - Jun Endo sentou-se em campo com a cabeça baixa após o apito final. Ela estava exasperada após a derrota do Angel City por 2 a 1 para o Gotham FC na abertura da temporada no domingo.

A treinadora principal Freya Coombe se aproximou e pegou Endo, dando-lhe um abraço no mesmo momento em que os árbitros estavam saindo do campo e sendo cheios de vaias.

Foi a representação perfeita da noite.

Endo é o motor de Angel City e talvez o jogador mais importante. Em apenas uma temporada, ela se tornou a favorita dos fãs instantaneamente, e parecia que ela acrescentou ao seu currículo marcando um gol que viveria nos destaques da National Women's Soccer League nos próximos anos. Um chute audacioso de fora do círculo central pegou a goleira do Gotham, Abby Smith, fora de sua linha e passou por cima de sua cabeça para a rede. Os 22.000 torcedores no lotado BMO Stadium entraram em erupção (como se não tivessem acabado de ver um atordoamento absoluto do fenômeno adolescente Alyssa Thompson alguns minutos antes) em uma celebração selvagem com bandeiras rosa acenando por toda parte.

Uma vantagem de 2 a 0 em apenas 15 minutos de sua temporada é uma maneira irreal de começar.

Mas espere.

O árbitro assistente de vídeo (VAR) faz parte da NWSL pela primeira vez e o árbitro deu uma olhada naquele gol, anulando-o devido a uma falta na jogada de preparação. Discutível, na melhor das hipóteses, o que costuma acontecer com o VAR. Mas o que também foi alarmante foi o tempo significativo que levou para ele aceitar sua decisão, que resultou em sete minutos de acréscimo no final do primeiro tempo.

“Quando tivemos nosso treinamento em termos de VAR, entendeu-se que para uma decisão ser anulada tinha que haver um erro claro e óbvio do árbitro”, explicou Coombe. "Estou interessado em ver como, se a decisão é clara e óbvia, por que demora tanto para tomar uma decisão e ver replay após replay. Essa é a minha pergunta para a PRO (Professional Arbitree Organization)."

É um ponto válido a ser levantado, mas não é novo. Desde que o VAR foi introduzido no futebol em todo o mundo, ele continuou a ser uma ciência inexata. Alguns odeiam e outros adoram. As explicações às vezes levam a mais confusão, agora é apenas parte do jogo. Infelizmente para Angel City, foi o primeiro uso na NWSL e acabou indo contra eles.

Não seria o último. Apenas cinco minutos do segundo tempo, o VAR voltaria a entrar em jogo, marcando um pênalti para o Gotham, após o goleiro do ACFC DiDi Haračić ser chamado por tropeçar em Svava Gudmundsdóttir na área. O protesto contra a chamada resultou em três cartões amarelos para Angel City antes de Midge Purce converter de pênalti para empatar o jogo em 1–1.

"Não podemos deixar que coisas que estão fora de nosso controle nos afetem tanto, e acho que vimos um pouco disso no lado mental", disse o capitão Ali Riley.

Depois de dominar boa parte do primeiro tempo, o Angel City parecia um pouco abatido no segundo tempo e ficou desleixado com a bola. O ímpeto mudou claramente a favor de Gotham e Lynn Williams marcou o gol da vitória aos 64 minutos.

Não foi sem drama quando o ACFC empurrou para o empate nos acréscimos e Simone Charley foi derrubado por uma falta perto da área. A multidão ansiosa agora pedia ironicamente por uma revisão de vídeo enquanto gritos de "VAR" enchiam o estádio e torcedores eram mostrados na tela grande gesticulando o sinal do retângulo virtual esperando por um pênalti tardio. A terceira vez pode ter sido o encanto, mas eles não realizaram o que desejavam, pois um tiro livre foi concedido e acertou fora do alvo.

Fale sobre uma estreia agitada para o VAR na NWSL.

Mas dentro há uma lição de aprendizado, especialmente para Angel City. Estas são apenas as primeiras instâncias de muitas que virão, sem dúvida, provocarão mais debates e frustrações. O que não pode acontecer é permitir que essas chamadas ditem o fluxo e a mentalidade de uma equipe. Especialmente um jogando na frente da segunda maior multidão do fim de semana de abertura da NWSL.

Perder dessa maneira dói porque era para ser uma festa, e nos primeiros 20 minutos parecia que estava indo nessa direção. É claro que houve pontos positivos como o banger de Thompson em sua estreia profissional e Endo continuando a ser uma força.